quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dorian Gray

Livro do Semestre

O livro escolhido como parte da disciplina EDC251 (Dimensão Estética da Educação) foi O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde (2006, Editora Hedra, trad. João do Rio).
Apesar d'eu estar no começo do livro, já registro algumas passagens muito interessantes:

"... os feios e os tolos são os mais bem aquinhoados neste mundo. (...) Se nada sabem da vitória, o conhecimento da derrota lhes é poupado."

"Quando amo intensamente alguém, nunca digo a outros o seu nome. É quase uma traição. Aprendi a amar o segredo. Parece-me ser a única coisa capaz de fazer-nos a vida moderna misteriosa ou maravilhosa."

"... o único encanto do casamento está na vida de decepção indispensável a ambas as partes."

"... mas o mundo pode advinhá-la (falando da idolatria artística) e não quero descobrir minha alma aos baixos olhares pesquisadores; meu coração nunca será sujeito a um microscópio..."

"... os homens só compreendem a arte sob um aspecto autobiográfico. Perdemos o sentido abstrato da beleza." (Será?)

"... não se pode duvidar que o espírito dura mais que a beleza."

"Os fiéis só conhecem o lado trivial do amor; é a traição que conhece as tragédias."

"Cada impulso que tentamos sufocar persevera em nosso íntimo e nos intoxica."





2 comentários:

  1. Oi. Seu blog ficou bem bonito. Gostei também dos comentários. Esses sobre o livro, em especial. Mas o blog também está meio parado, desatualizado. A idéia é comentar aqui todas as atividades da disciplina. Além de outras coisas que julgar interessantes.

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  2. A obra O retrato de Dorian Gray critica antes de tudo aspectos atuais da sociedade contemporânea. Cultuar a imagem do corpo parece ser nesta sociedade uma condição para ser feliz. Imagem que se estabelece sob ideais culturais, em que a perfeição dos traços deve se manifestar apenas na mocidade. O retrato que foi pintado pelo apaixonado amigo de Dorian, Basil Hallward, sofre as mudanças do envelhecimento e fora ocultado por um tecido para fugir das vistas de outro, pode ser caracterizada pela ação de esconder o que temos de ruim e que nos causa vergonha, que neste caso não só a imagem corporal, nunca perfeita, mas também nossos erros e “pecados”.
    O culto ao corpo na atualidade implica numa desvalorização da vida interior, pois na sociedade atual a ética cedeu lugar a estética. A contemplação da vida interior tão valorizada por Sócrates fora substituída na atualidade por uma valorização de uma imagem ideal, que nunca é alcançada completamente, e que gera sempre um descontentamento, causando uma contínua busca desenfreada pelo corpo ideal. Dorian Gray é um personagem capaz de se desfazer dos valores para manter sua imagem bela e jovem. Mesmo reconhecendo seus pecados e por vezes se mutilando por sentimentos de culpa, não deixa de se apreciar no espelho com um ser jovem e belo, embora a conservação da imagem sempre jovem venha a se tornar um fardo pesado, culminando em sua morte.
    A morte de Gray simboliza a fragilidade da natureza humana em não suportar suas dores e angústias enquanto que seu retrato simboliza a imagem estática que podemos deixar de nós na existência.

    David Velanes

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